Corinthians vira a 18 segundos do fim do jogo e toma a vantagem do São Paulo
Golaço de Cristian, aos 47m42seg, sacramenta a emocionante vitória do Timão. Agora, um empate levará os corintianos para a final do Paulistão
Foi do jeito que o corintiano gosta. Se gosta, ninguém ainda provou cientificamente. Mas é assim que a história faz questão de escrever os capítulos mais emocionantes do clube do Parque São Jorge. A 18 segundos do apito final, um golaço do volante Cristian tirou a vantagem que o São Paulo tinha na semifinal do Campeonato Paulista. O placar de 2 a 1, que reluzia na tarde deste domingo no estádio do Pacaembu, deu ao Timão o direito de jogar por um empate no próximo fim de semana para ir à decisão do Paulistão – contra Santosou Palmeiras. Assista aos lances!
Ouça aqui os três gols do jogão na transmissão da Rádio Globo AM
O duelo começou antes mesmo do apito inicial. O técnico corintiano, Mano Menezes, divulgou a sua escalação com 13 jogadores – além dos 11, deixou duas dúvidas no ar (Fabinho e Boquita) – e mandou os reservas aquecerem junto com os titulares. Tudo para tentar confundir o rival. Na hora de a partida começar, a surpresa veio mais uma vez do lado corintiano. Mano armou a equipe com três atacantes: Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho. No São Paulo, o técnico Muricy Ramalho, como todos esperavam, escalou o 3-5-2, com Rodrigo entrando na vaga do machucado Zé Luís.
A bola rolou e o torcedor corintiano precisou de apenas 20 segundos para levantar – alguns nem tinham sentado ainda – da arquibancada. Douglas foi à linha de fundo, e o seu cruzamento tinha a cabeça de Ronaldo como destino, mas a zaga conseguiu desviar antes para escanteio. Pouco depois, o Fenômeno protagonizou um lance que não costuma fazer parte do seu repertório. Ao dividir uma bola com André Dias, entrou por cima, solando, e levou cartão amarelo. O vermelho nem seria exagero
O Corinthians era melhor no início da partida, principalmente explorando o seu lado esquerdo, com Douglas, André Santos e até Ronaldo caindo por ali. Para equilibrar o jogo, o São Paulo apostou na sua principal jogada: a bola levantada na área. Aos 18 minutos, Jorge Wagner cruzou da esquerda e quase pegou Felipe desprevenido. No reflexo, o goleiro do Timão salvou. Aos 24, ele não conseguiu segurar. Novamente Jorge Wagner levantou a bola, e Miranda desviou para o gol. O zagueiro saiu para comemorar, mas o lance teve duas irregularidades não assinaladas pelo trio de arbitragem: 1) no momento do lançamento, Miranda empurrou Chicão, tirando o corintiano de ação; 2) e Miranda estava 30 centímetros impedido. Vale destacar que William também derrubou Washington, o que poderia ter acarretado em pênalti.

Corinthians é isso aí: raça do começo ao fim (Cristian)"
Em maioria no Pacaembu, a Fiel não desanimou e passou a incentivar ainda mais. A resposta veio aos 28 minutos. Em linda jogada, Elias invadiu a área e tocou com o bico esquerdo no canto de Rogério Ceni. O goleiro tricolor, que acabava de sofrer o seu milésimo gol, nem se mexeu.
Aí foi a vez de o Tricolor reagir. A essa altura, Muricy já tinha trocado Arouca, machucado, por Joilson. Nos minutos finais, o São Paulo teve duas chances claras de gol e não fez. Aos 38, depois de uma furada ridícula de Alessandro, Borges ficou livre na cara de Felipe, mas o goleiro cresceu e fez linda defesa. Aos 44, Elias marcou o seu segundo gol da tarde. Na verdade não marcou, mas foi como se tivesse marcado. Miranda completou cobrança de escanteio de cabeça e Elias salvou, também de cabeça, em cima da linha. E comemorou muito!
Flamengo vence o Flu e faz mais uma decisão contra o Botafogo
Gol marcado por Juan garante vaga na final da Taça Rio e deixa Rubro-Negro na briga por mais um tricampeonato estadual
O clima de déjà vu paira noCampeonato Carioca. Pelo terceiro ano consecutivo, apenas Flamengo eBotafogo estão na briga para levantar a taça de campeão carioca. Numa partida de muita emoção, o Rubro-Negro venceu por 1 a 0 o Fluminense, neste domingo, com um gol marcado por Juan, e garantiu um lugar na decisão da Taça Rio contra o Alvinegro, que passou pelo Vasco na outra semifinal, disputada no sábado.
Veja a galeria de fotos do clássico
Para continuar na luta por mais um tricampeonato estadual, o quinto de sua história, o Flamengo precisará passar por uma série de três partidas contra o Bota. A primeira será no próximo domingo, dia da decisão da Taça Rio. Uma vitória alvinegra, no entanto, encerra o Carioca, já que o time de General Severiano conquistou a Taça Guanabara.
Ouça o gol do clássico pela Rádio Globo AM
Torcidas fazem a sua parte nas arquibancadas
Antes mesmo de a bola rolar, as duas torcidas coloriram o Maracanã, sem confusão. Mas o clima de rivalidade, é claro, pairava no ar, ainda mais depois de Roberto Horcades, presidente do Fluminense, ter dito durante a semana que o Flamengo tremeria na semifinal.
A partida começou com todos os elementos de um clássico emocionante. Lances muito disputados (na maioria ríspidos), equipes buscando o ataque e criando oportunidades de gol. O árbitro Marcelo de Lima Henrique distribuiu seus primeiros cartões amarelos logo no primeiro minuto, depois que Fred e Willians trocaram tapas dentro da área antes de cobrança de falta para o Flu.
Apesar do equilíbrio, foi o Flamengo quem teve maior domínio da partida. Sempre usando a velocidade em jogadas pelas laterais, a equipe chegava com perigo ao gol adversário. A primeira oportunidade foi aos três minutos, quando Juan cruzou para Leonardo Moura, que, com o gol quase vazio, cabeceou para fora.
O Fluminense incomodava quando se aproveitava de alguns espaços deixados pelo Rubro-Negro, usando os contra-ataques, mas não mostrava a consistência necessária para marcar o seu gol. Enquanto isso, o Flamengo tomava conta do meio-campo e solidificava sua superioridade.
Fernando Henrique, que aos 14 minutos defendeu uma cabeçada à queima-roupa de Ibson, voltou a aparecer aos 31, dessa vez de forma negativa. Aírton avançou pelo meio-campo e achou Juan livre pelo lado esquerdo. O lateral recebeu a bola fora da área e arriscou um chute que aparentemente não levaria muito perigo. Mas o toque na grama e a lentidão do goleiro tricolor resultaram no gol rubro-negro numa falha clara do camisa 1 tricolor.
A partida, que já tinha caráter ofensivo, tornou-se ainda mais aberta. O Flu passou a mostrar mais ímpeto e chegou perto do empate. Primeiro, com uma falta em que Thiago Neves acertou a trave. Depois de uma cobrança de escanteio, aos 43 minutos, Luiz Alberto escorou de cabeça, e Diego fez grande defesa, no pé da trave esquerda.
E o zagueiro, capitão tricolor, quase complicou no lance mais incrível da partida. Perdeu a bola para Leonardo Moura, que avançou e perdeu o gol cara-a-cara com Fernando Henrique. A bola voltou para o lateral, que encontrou Josiel livre com o gol vazio. Mas quando o 2 a 0 parecia certo, Edcarlos apareceu e, de carrinho, evitou que a bola entrasse.
Flu arrisca no segundo tempo, mas Fla segura a vitória
Com o meia Marquinho no lugar do volante Wellington Monteiro, o Tricolor voltou para o segundo mais organizado e, portanto, mais consistente. Mas logo começaram a reaparecer os espaços, proporcionando ao Fla criar chances de ampliar o placar. O time rubro-negro aos poucos retomou o controle da partida, mas isso não significou acomodação. Tanto que, logo aos dez minutos, Josiel deixou o campo para a entrada de Emerson.
Apesar disso, o Flamengo não mostrava a mesma velocidade do primeiro tempo, e foi pensando em aumentar a rapidez do Fluminense que o técnico Carlos Alberto Parreira fez duas substituições para fortalecer o ataque. Entraram em campo os garotos Maicon e Alan. Um em cada ponta, eles tinham a missão de oferecer mais opções ao centralizado Fred, uma nulidade em campo, e segurar os alas rubro-negros.
Esse posicionamento deu mais agressividade ao Flu, que equilibrou a partida. O Fla, neste momento, já olhava com frequência para o relógio. Os jogadores valorizavam cada paralisação, retardando a reposição da bola para ganhar tempo.
A maior da tensão estava toda do lado tricolor e atingiu até o sempre calmo Parreira, que reclamou da marcação de um lance e foi expulso de campo pelo árbitro, aos 37 minutos. O que se viu a partir de então até o apito final foi um jogo completamente aberto.
As duas equipes tiveram chances claras de marcar numa sucessão de contra-ataques, mas o Flamengo conseguiu se segurar até o fim, além de ter perdido mais três chances claras de gol, a maioria em erros infantis do Flu. No fim, vitória e comemoração dos torcedores rubro-negros, que deixaram o Maracanã aos gritos de 'Parreira, Parreira, seu time é de terceira', em alusão ao fato de que o treinador dirigiu o clube na vitoriosa campanha pela Série C, em 99.
Assista no vídeo acima à análise da equipe da Rede Globo
Ficha técnica:
FLAMENGO 1 x 0 FLUMINENSE |
Diego, Fábio Luciano, Aírton (Welinton) e Ronaldo Angelim; Leonardo Moura, Willians, Ibson, Kleberson e Juan; Zé Roberto (Everton) e Josiel (Emerson). | Fernando Henrique, Mariano (Alan), Edcarlos, Luiz Alberto e Leandro; Wellington Monteiro (Marquinho), Jaílton, Conca e Thiago Neves; Everton Santos (Maicon) e Fred. |
Técnico: Cuca. | Técnico: Carlos Alberto Parreira. |
Gols: Juan, aos 31 minutos do primeiro tempo. |
Cartões amarelos: Willians, Juan (Flamengo); Fred, Everton Santos, Mariano, Wellington Monteiro, Leandro, Jaílton, Edcarlos (Fluminense). Público: 68.313 pagantes. Renda: R$ 1.245.363,00. |
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). Data: 12/04/2009. Árbitro: Marcelo de Lima Henrique. Auxiliares: Hilton Moutinho e Marco Aurélio dos Santos. |